sábado, 23 de março de 2013

Segunda expedição

SEGUNDA EXPEDIÇÃO – Março 2013

Com o fracasso da segunda missão, enviada a Paraty no final de março, da qual não participaram os donos do barco – Ingo por estar em viagem com a esposa e eu por compromisso de trabalho – ficamos ainda mais descorçoados. Para o leitor não perder o fio da meada, vai aqui um resumo dessa segunda missão, da qual participaram,além de Jorge e Paulo, veteranos da primeira missão, os novatos Irno e Wilson, este último na condição de motorista encarregado de trazer o carro de volta, caso a missão tivesse êxito e o barco afinal navegasse.

Partiram dia 23 de março, um sábado, com plano de zarpar em algum momento após Ingo e eu, ou ao menos um de nós, chegarmos a Paraty, via aeroporto de Guarulhos. Chegamos a combinar os vôos, para nos encontrarmos no aeroporto, ele voltando do Nordeste, eu partindo de Porto Alegre, para dali tomarmos dois ônibus até chegar a Paraty. Cheguei a adquirir a passagem aérea, usando milhas. Na véspera de embarcar, fui aconselhado pelo comandante, num longo e triste telefonema, a não fazê-lo.

Embora o mecânico houvesse nos informado, por telefone, que o serviço dele estava cem por cento, após a operação que executou, conforme planejado, a um custo total de mais de R$ 5 mil, incluindo dois içamentos e escoramentos do barco, logo após a chegada de nossos amigos, confessou-lhes que sequer havia ligado o motor. Chamado a bordo, ficou um par de horas fuçando nele, sem sucesso. Ainda teve a ousadia de se oferecer para “consertar” o motor por mais R$ 5 mil, o que é claro não aceitamos. Sem dúvida, o translado por terra teria sido sensato. Na volta, o pessoal decidiu transportar a caixa de reversão na camionete, para tentar decifrar o enigma.

Além da frustração, metade da tripulação no retorno teve que lidar com uma grave intoxicação alimentar de beira de estrada, que chegou a dar trabalho ao SAMU de São José dos Campos. Felizmente, sem sequelas.

Só em Lajeado iria cair a ficha – bota ficha nisso. Ingo e Jorge chegaram à hipótese de a hélice ser invertida, isto é, desenhada para girar no sentido oposto ao da rotação do eixo desse motor. Isso explicaria a pouca potência e as constantes “desengatadas” de marcha, durante a navegação.
Essa descoberta – sujeita ainda a confirmação in loco – nos dava um novo alento, pois era de solução relativamente simples. Desde que não lembrássemos do dinheiro jogado fora com o Uriel, claro. Era só fazer um teste, substituindo a hélice. Caso não funcionasse, teríamos um motorista de sobreaviso para trazer o barco de caminhão. Se desse certo, era nóis na água!