Passando pelo Farol de Santa Marta |
No final da manhã de 26 de fevereiro, sempre com aquela brisinha mixuruca, chegamos a Laguna, onde mais uma vez seria necessário fazer uma escala para reabastecermos não apenas com o óleo diesel, mas também com gás, cerveja e outros alimentos menos essenciais. A entrada da barra foi meio tensa. Quando já estávamos quase entrando, enxerguei uma boia meio desbotada que indicava que o canal estava em outro lugar. Optamos por confiar no mapa do GPS e deu tudo certo. Mas era só o começo, pois nosso calado de metro e meio não era o mais adequado para passear por ali. Sinalização de canal, nem pensar. Fomos seguindo devagar pela direita, por onde vimos outros barcos.
Atracamos num trapiche vago e conversamos com pessoas que estavam por ali, e nos deram informação sobre onde ir, nos arrumaram um taxi e ainda ficaram tomando conta do barco. Para completar, o Ingo conseguiu uma mangueira substituta para o motor, com um sujeito que tinha uma oficina ali do lado, grátis.
O sol do meio dia nos encontrou (e castigou) andando pela cidade, onde almoçamos, fomos ao supermercado, ao posto de gasolina e à distribuidora de gás, tudo isso em pleno sábado de Carnaval, no meio da galera fantasiada e carros com sonzeira de tudo que é estilo. Por sorte era cedo e ainda dava pra andar na rua, pois se fosse mais tarde talvez encontrássemos tudo engarrafado. Demos boas risadas.
Entardecer no mar |
Como estava no meu turno, os parceiros dormindo, decidi fazer uma escala na Pinheira, para esperar o amanhecer. Logo o Paulo acordou e apoiou a ideia. Já era uma da madrugada quando lançamos âncora, primeiro ao norte da baía (eu achava que os morros nos protegeriam do terral que estava soprando), mas logo mudando para o sul, onde não entravam as ondas. Além de ser naturalmente um excelente abrigo essa praia, a iluminação pública era muito forte, facilitando a visibilidade.
Essa escala improvisada acabou sendo (para mim) o ponto alto da viagem, pois de manhã, quando nos jogamos na água, percebi que o objetivo principal era esse. Depois de tantos verões viajando de carro e ônibus até as belas praias de Santa Catarina, de ter ficado olhando com inveja aqueles veleiros que chegavam e ancoravam por ali, finalmente eu tinha chegado num deles. Chegar pelo mar na praia é que era o barato!