quarta-feira, 10 de abril de 2019

De volta à água

Será que boia? O Alemão Carlos assiste, vestido
de forma adequada à solenidade do momento.
No tão aguardado dia 4 de setembro de 2014, o Araruna foi içado sobre um caminhão (devidamente habilitado, dessa vez) e trazido a Porto Alegre. Levado a um depósito de areia, sob a ponte do Guaíba, foi finalmente posto em águas doces, um ano e quatro meses depois de ser içado em Santos. (A foto de capa deste blog ilustra esse momento histórico, e a alegria dos marujos ali retratados dispensa legendas) Nosso amigo Carlos, vulgo Alemão, também velejador, acompanhou a operação, junto com o Fernando, auxiliar do Ingo.

Dali, seguimos a motor para o Clube Veleiros do Sul, onde já estava acertado com o Niels e sua equipe a montagem do velho mastro reformado, que aconteceria no dia seguinte. À noite, comemoramos no Veleiros com cerveja e comida mexicana. 

De boa na Lagoa, com garoa. Quem tem piloto automático,
tem tudo.
A nota triste (e lamentável) ficou por conta da minha caminhonete, que teve um pneu furado no estacionamento do clube, por alguém que não gostou do meu adesivo do PT. Mas ao longo dos próximos quatro anos, eu continuaria achando que o borracheiro tinha se enganado e era apenas um acidente, em vez de sabotagem. Só me caiu a ficha quando soube que alguns associados dessa agremiação (onde não pretendo pisar novamente) rejeitaram o Duca Leindecker e a Manuela D'Ávila, em 2018.

Para complicar, a GM teve a brilhante ideia de colocar umas capas nos parafusos da roda, de modo que eu, que nunca ia imaginar uma coisa dessas, não consegui nem desmontar a roda, tendo que ir daquele jeito mesmo até o borracheiro. O Ingo dormiu no barco e voltei para casa.

Feita a montagem do mastro, sem percalços, no dia seguinte zarpamos rumo a Tapes, com uma vela mestra (de um Soling) emprestada pelo Niels e a buja reserva (já que as nossas titulares tinham sido praticamente destruídas no tombo do mastro em Santos). Em seguida, o motor começou a vazar diesel. Fizemos uma atracação de emergência no Jangadeiros, onde encostamos no Raccso, o trawler do amigo lajeadense Rubem, após conversar por telefone com a Cristina, que nos atendeu com muita amabilidade.
Fim da (primeira) epopeia: o Araruna descansa
em seu novo lar, o Iate Clube Tapense

Resolvido o problema pelo Ingo, zarpamos já ao cair da tarde, sob uma chuva fina, rumo à Lagoa dos Patos. Noite fechada, abrimos a buja, mas seguimos motorando, meio receosos de botar mais pano no vento. Era quase de manhã quando chegamos a Tapes. Antes de dormir, abrimos e esvaziamos uma champanha, para comemorar o final daquela longa jornada, iniciada em Parati. O Araruna tinha um novo lar.

5 comentários:

  1. Acho que perdi o fio da meada. Por que o Araruna só foi para água no Guaíba "um ano e quatro meses depois de ser içado em Santos"?
    Continue atualizando o blog. É uma bela história.
    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tens razão, Márcio, me atrapalhei nas memórias e acabei "esquecendo" um capítulo anterior a este : ) Valeu a dica, vou consertar em breve. Abraço

      Excluir
  2. Saudades do Araruna. Ele tem vida.

    ResponderExcluir