domingo, 12 de março de 2017

As origens (II)

O Magnum 422
O mesmo Ingo (que conheci na postagem anterior, como vocês recordam) algum tempo mais tarde, ganhou dos pais um pequeno veleiro, um Magnum 422 e, mais ou menos na mesma época, se a memória não me engana, o Paulo - um vizinho do Ingo que não era nosso colega de escola, mas foi logo integrado à turma, comprou um Hobie 3.9. Daí em diante, os barcos a remo ficaram meio relegados, afinal para que a gente ia se matar remando se podia velejar sem fazer esforço.

Um Hobie 3.9
De fato, não era bem assim. Quem já velejou (em barcos sem motor) sabe que não é raro o vento acabar e você (na falta de remos a bordo, o que geralmente é o caso) ser obrigado a deitar de bruços na proa do barco e remar de volta ao porto de partida... com os braços. O Rio Taquari, aliás, não era um local muito apropriado para a vela, devido às barrancas altas em muitos lugares, que "protegem" um pouco o leito do rio do vento. Em caso de cheias, também tinha a correnteza forte e perigosa. Mesmo assim, serviu perfeitamente para nossos primeiros "passos".

Desde então, circulavam entre nós os maravilhosos livros de velejadores mais ou menos malucos que se aventuravam mundo afora: Joshua Slocum, Geraldo Tollens Linck, Roberto Mesquita de Barros (o Cabinho), Thor Heyerdahl, Amyr Klink (que mais tarde alguns de nós chegaríamos a conhecer pessoalmente, em Parati)... De forma mais ou menos consciente, sonhávamos em fazer algo parecido um dia, um dia distante. E íamos aprendendo o que dava, ao menos na teoria. Aquele vocabulário cheio de bujas, escotas, gaiútas, adriças, bolinas... Mas o tempo ia passando e estávamos sempre ocupados ganhando a vida, criando os filhos e outras coisas mais...

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