Lua cheia sobre Bertioga, ao fim da tarde |
O vento, pela primeira vez, começava a refrescar, prometendo uma velejada de verdade. Já estávamos cogitando desligar o motor quando, na metade do caminho até Santos, o mastro tombou para boreste, fazendo um barulhão que nos deixou apavorados. Um ou dois estais tinham se rompido, ao que parecia; ou não estavam bem fixados. Princípios de pânico a bordo.
O barco balançava um pouco, devido ao peso do mastro, e nosso maior medo não era de todo sem fundamento, o de que a cruzeta furasse o casco, batendo nele com o balanço do mar. Mas pouco provável, analisando friamente agora, aqui no meu apartamento sequinho e que não balança. De qualquer forma, era impossível prosseguir daquele jeito. Estávamos a uma distância segura da costa, mas se derivássemos na sua direção, empurrados pelo vento, podíamos bater na Ilha do Arvoredo, uma ilhota a pouco mais de um quilômetro de onde estávamos, defronte à Praia de Perequê.
Entrei na cabine, coloquei o colete salva-vidas e alcancei outros para os colegas. O rádio, sem o mastro, no alto do qual estava sua antena, não funcionava. Fizemos contato por celular com a marinha, não sei quem tinha ou como descobrimos rapidamente o número. Bruno e eu chegamos a ligar os dois ao mesmo tempo, tão atarantados estávamos. Soubemos pela Marinha que havia um naufrágio de verdade acontecendo ali perto, e só poderiam nos ajudar depois de socorrer as seis pessoas a bordo da embarcação que afundava.
É óbvio que na hora que o mastro caiu ninguém se lembrou de tirar fotos. |
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