quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Desatracar!


Já ficou mais limpinho, né não?

5° dia - Primeira expedição

Dia de testes importantes para o Araruna. Cansados de lenga-lenga e loucos para dar uma velejada, logo cedo retiramos as lonas que protegem o convés do sol e chuva. Foi necessário comprar um rádio novo (por mais que o dobro do preço de mercado, mas isso eu só iria descobrir muito tempo depois), jaquetas impermeáveis, mais cabos. Limpamos cabine e convés de quase tudo o que não fosse necessário à navegação, e decidimos ir a Paraty de barco, só para variar.


Não deu muito certo. O motor apagou diversas vezes, até não ligar mais. Em seguida, encalhamos no lodo da baía, sem qualquer sinalização. Ao jogar a âncora, Jorge percebeu que ela levou corrente e cabo junto. Era minha culpa, de repente lembrei que eu estava amarrando o cabo no paiol quando alguém me pediu ajuda para sei lá o quê, deixei o nó pela metade e nunca mais voltei. Por sorte (?) o local era raso, e como o Jorge jogou-se na água de imediato conseguiu resgatá-la. Só a minha reputação de marinheiro ficou seriamente danificada. Um barco de passeio veio ao nosso encontro e, com pouco esforço, nos puxou para fora do atoleiro. Sem motor, mas com muita alegria, só nos restava desenrolar a genoa e voltar velejando. Passamos um rádio para a Marina avisando que estávamos sem motor, e um marinheiro safo nos ajudou a fazer nossa primeira atracação, perfeita. De volta à estaca zero, mas pelo menos sãos e salvos, com aquele gostinho de velejada.

Finalmente, velejando.
Descobrimos que o bote inflável, trazido pelo Jorge, estava furado. Paulo e eu o enchemos, colocamos na água. Foi preciso comprar um  kit para remendos a frio. Pesquisamos o preço de um bote novo, mas adiamos a despesa.

Foi difícil conciliar a expectativa dessa primeira velejada com a crescente evidência de que não seria possível, por ora, zarparmos rumo ao sul e as consequências fatais dessa evidência em nosso entusiasmo inicial. Era preciso tomar decisões sobre nossas agendas pessoais nos próximos dias. Consideramos a hipótese de comprar um motor de popa para a viagem, que não convenceu o comandante Jorge.

Lavamos a roupa suja na marina. A previsão do tempo diz que vai chover uma semana por aqui. Novidade nenhuma... A agenda começa a apertar. Paulo terá de retornar amanhã sem falta, ou no máximo sexta de manhã. Tudo leva à decisão de abortar a missão.

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