quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

É, parece que por ora não vai rolar a travessia

Paulo é o cozinheiro do dia.

6° dia - Primeira expedição

Hoje finalmente recebemos a visita do mecânico Uriel - aparentemente um mecânico de verdade, sem demérito dos meus amigos amadores, que jogaram a toalha neste quesito. Seu veredito identificou o problema no eixo do motor, o que jogava uma pá de cal nas nossas pretensões de navegar. Segundo ele, seria necessário retirar o barco da água, a fim de remover o eixo e sua bucha, que deviam estar encravados, cheios de cracas, provocando resistência ao giro e consequentemente forçando o motor em excesso, provocando o aquecimento etc. O serviço dele custaria R$ 1.200, não incluídas despesas com o içamento, na vizinha Marina Imperial, e as escoras, a cargo dum sujeito chamado Cocó, dono de um veleiro antigão de madeira, que viria nos visitar mais tarde para combinar os detalhes.

Jorge, que trouxe o mecânico a bordo, questionou-o bastante, enquanto eu tentava entender a conversa. Fiquei convencido da honestidade e da competência do sujeito. Acho que ter visto o carro dele, um BR 800 totalmente detonado, ajudou no quesito honestidade. Se o cara fosse um falcatrua, é certo que ia ter um carrinho novo. Já no quesito competência...

Para relaxar, enquanto tentávamos decidir, ouvimos o Luís contar como ele e o Amyr Klink, proprietário da Marina, trouxeram de São Paulo uma das canoas que o Amyr coleciona, atravessando o Mar Pequeno (entre o continente e a Ilha Comprida, em SP), em pleno Inverno.

Mas não tinha jeito, ou o jeito era fazer o que tinha que ser feito. Após quase uma semana fora de casa, tínhamos que decidir rápido. Mesmo assim, o Uriel só poderia mexer no barco após o Carnaval, pois estava com vários serviços a terminar. O tal Cocó,  responsável pela operação de retirada do barco da água, viria essa mesma noite ou no dia seguinte de manhã para conversar conosco. Seria uma operação cara, com certo risco para a integridade do barco, com o agravante que seria difícil estarmos presentes. Na melhor das hipóteses, porém, retornaríamos em breve, encontrando o barco pronto para zarpar, já que todo o resto estava em dia.

Jorge remendando o bote salva-vidas
Começamos a aprontar a bagagem para voltar, separando o que iríamos deixar a bordo. Uma última conversa com o Luís me deixou intranquilo com relação à competência do Uriel, mesmo considerando que ele é de confiança, trabalhando há mais de uma década na área. Ele sugeriu que levássemos o barco por terra, direto para casa. Muito sensato, mas perderíamos a oportunidade da aventura, que é afinal de contas o que realmente interessa. O mesmo conselho nos é dado por outro gaúcho, proprietário de um 40 pés de passagem por ali.

Conformados, aproveitamos a última noite para jantar e comprar lembrancinhas na cidade.

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