segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Metendo a mão na massa

Meio sujo, o bichinho, mas logo vamos dar jeito.

3° dia - Primeira expedição

Acordamos com a maior disposição, sob um leve sopro de Vento Sul. Dia de muito trabalho, para deixar o Araruna em condições de navegar. De manhã, fui à Capitania dos Portos, buscar o Título de Inscrição da Embarcação, ou TIE (o documento de propriedade do barco), momento solene devidamente registrado em foto.

No caminho de volta, recarregamos os extintores vencidos, equipamento obrigatório em barcos como nos carros. Mas a grande epopeia, que está apenas começando, é a luta para fazer o cinquentão motor Volvo funcionar a contento. Ele esquenta demais, fumaceia demais, faz um barulho do cão, fede... e tem potência de menos. Zero à esquerda no assunto, eu só assisto, sem palpitar.

Outros cuidam de reparos na rede elétrica, enquanto eu volto à cidade, em busca dos sinalizadores que faltam para completar o conjunto. Em navegação costeira, são necessários nove no total, sendo três foguetes manuais de estrela vermelha com pára-quedas, três facho manuais de luz vermelha e três sinais fumígenos flutuante laranja. A relação de itens obrigatórios de segurança é considerável, e queremos deixar o Araruna 100%. (Mais adiante no relato se verá que além de tê-los a bordo, é também essencial saber usar os ditos cujos) 

Ingo instala o piloto automático, indispensável para longas navegadas, pois evita que um pobre marujo seja obrigado a ficar horas a fio segurando a cana do leme, debaixo de sol e chuva, dia e noite. É um mecanismo simples, que se mostraria extremamente útil, facílimo de usar e muito confiável.
TIE na mão: em dia com a Marinha... ou quase.

Conhecemos o Luiz, gerente da Marina, que nos indicou um mergulhador para raspar as cracas aderidas ao casco, além de nos dar outras informações úteis. A escada de popa, de inox, que estava submersa, eu mesmo limpei, no trapiche, com uma espátula. Tem uma operadora de turismo que leva turistas para mergulhar, partindo daqui, por isso a facilidade de encontrar mergulhadores à mão para essa tarefa, sempre necessária numa marina. Para quem não sabe, a parte do barco submersa em água salgada recebe a adesão dessa bicharada, que precisa ser removida não apenas porque prejudica o desempenho do barco em movimento, mas também a longo prazo danifica a pintura e consequentemente a impermeabilização do casco. Bom também para eles, pois segundo conta o nosso amigo, o movimento de turistas não anda lá essas coisas, parece que aqui os dias ensolarados são mesmo raros.

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